quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Política, orçamento de Estado de 2010

Pois é. Ando preguiçoso no que toca ao blog. Mas ontem vi o Prós e Contras. Fiquei feliz quando vi o governante socialista Jorge Lacão falando a propósito de um alegado aumento dos funcionários públicos. A minha felicidade foi tanta mas tanta que julguei que estava perto da Alice, sabem aquela que contracena naquele livro, Alice no País das Maravilhas. Afinal em 2009 os funcionários públicos foram aumentados em 2,9% e como a inflação foi negativa na ordem dos 0,8%, quer dizer que os funcionários públicos tiveram um aumento de 3,7%. Pois, feitas as contas dessa maneira parece que tem razão, ó Alice. mas será que a memória ds governantes é pequena ou é a vergonha que não tapa os pés? Será que o governante socialista Jorge Lacão se esqueceu que Sócrates congelou os salários durante 2 anos e que antes dele também Ferreira Leite tinha feito algo semelhante? Mas o poder não tem vergonha? Quem fez as contas diz que nos últimos anos do governo central - entenda-se, dos governos PS e PSD - a função pública perdeu 15% do poder de compra. Agora toca a congelar para, talvez em 2013, existir uma subida extraordinária. Coincidência será ano de eleições.

O Sr. Ministro das Finanças acaba em directo na TV de dizer que o défice em 2009 foi de 9,3%. Quando a oposição falou que o défice seria de mais de 8%, o governo sempre alegou que não era bem assim. Afinal..... olha não é que o défice subiu para lá dos 8%. E até dos 9%.

Fez-se um orçamento rectificativo mas não tinha esse nome. O governo chamou-lhe de orçamento redestributivo. E o pior é que a malta do poder aprendeu toda no mesmo sítio. Falaram durante a propaganda eleitoral que..... FALAR VERDADE. Mas nunca se fala verdade. Tá bem, os políticos ingleses têm um termo para isso que é a a economia da verdade. Mas já estamos fartos de tanta economia deste género. Que tal gastarem um tempo a falar e a agir de uma maneira verdadeira?

Pode ser o deles mas certamente este não é o meu paraíso. E O Paraíso é uma Questão Pessoal.


domingo, 3 de janeiro de 2010

Ano Novo com um saco cheio de prendas de 2009




Dá que pensar a mensagem do Sr. Presidente da República. Segue abaixo o texto retirado do site oficial da P. da R.


"Boa Noite,
No início deste novo ano, saúdo todos os Portugueses, onde quer que se encontrem, e desejo-lhes as maiores felicidades para 2010.
Há precisamente um ano, quando falei ao País, referi que 2009 iria ser um ano muito difícil.
Acrescentei, na altura, que receava o agravamento do desemprego e o aumento do risco de pobreza e exclusão social.
E disse também que Portugal gastava em cada ano muito mais do que aquilo que produzia.
Quando proferi estas palavras, não o fiz com um propósito político. Enquanto Presidente da República estou acima do combate político e partidário.
Falo aos Portugueses quando entendo que o interesse do País o justifica e faço-o sempre com um imperativo: nunca vender ilusões nem esconder a realidade do País.
Em nome da verdade, tenho a obrigação de alertar os Portugueses para a situação difícil em que o País se encontra e para os desafios que colectivamente enfrentamos.
Ao longo do último ano, o desemprego subiu acentuadamente, atingindo, no terceiro trimestre, 548 mil pessoas. Quase 20% dos jovens estavam desempregados.
A todos aqueles que, no último ano, perderam o seu emprego ou não conseguiram retomar uma actividade profissional, quero deixar uma palavra de conforto, mas também de esperança. Não percam a coragem.
Mas o desemprego não é o único motivo de preocupação.
A dívida do Estado tem vindo a crescer a ritmo acentuado e aproxima-se de um nível perigoso.
O endividamento do País ao estrangeiro tem vindo a aumentar de forma muito rápida, atingindo já níveis preocupantes.
Acresce que o tempo das taxas de juro baixas não demorará muito a chegar ao fim.
Se o desequilíbrio das nossas contas externas continuar ao ritmo dos últimos anos, o nosso futuro, o futuro dos nossos filhos, ficará seriamente hipotecado.
Quando gastamos mais do que produzimos, há sempre um momento em que alguém tem de pagar a factura.
Com este aumento da dívida externa e do desemprego, a que se junta o desequilíbrio das contas públicas, podemos caminhar para uma situação explosiva.
Portugal tem de juntar todas as suas forças para inverter esta situação.
Não podemos continuar a ser ultrapassados, em termos de nível de desenvolvimento, por outros países da União Europeia.
De acordo com os indicadores mais recentes, Portugal já baixou para a 19ª posição, estando apenas à frente de oito países da Europa de Leste que aderiram há poucos anos à União.
Tempos difíceis são tempos de maior exigência e de elevada responsabilidade. Para todos, é certo, mas ainda de maior exigência e responsabilidade para os detentores de cargos públicos.
O exemplo deve vir de cima.
O País real, que quer trabalhar, que quer uma vida melhor, espera que os agentes políticos deixem de lado as querelas artificiais, que em nada resolvem os verdadeiros problemas das pessoas.
É tempo de nos concentrarmos naquilo que é essencial, com destaque para o combate ao desemprego.
Não é tempo de inventarmos desculpas para deixarmos de fazer o que deve ser feito.
Estamos perante uma das encruzilhadas mais decisivas da nossa história recente. É por isso que, em consciência, não posso ficar calado.
Em face da gravidade da situação, é preciso fazer escolhas, temos de estabelecer com clareza as nossas prioridades.
Os dinheiros públicos não chegam para tudo e não nos podemos dar ao luxo de os desperdiçar.
Recordo o que tenho vindo insistentemente a defender.
Nas circunstâncias actuais, considero que o caminho do nosso futuro tem de assentar em duas prioridades fundamentais.
Por um lado, o reforço da competitividade externa das nossas empresas e o aumento da produção de bens e serviços que concorrem com a produção estrangeira.
Por outro lado, o apoio social aos mais vulneráveis e desprotegidos e às vítimas da crise.
É uma ficção pensar que é possível conseguir uma melhoria duradoura do nível de vida dos portugueses sem o aumento da produtividade e da competitividade da nossa economia.
O reforço da competitividade depende, desde logo, da confiança e da credibilidade das nossas instituições, nomeadamente do sistema de justiça e da Administração Pública.
Devemos apostar, por outro lado, em políticas públicas que promovam uma educação exigente e uma formação profissional de qualidade, que fomentem a inovação, que incentivem os investimentos das empresas no sector dos bens e serviços que concorrem com a produção externa.
Cerca de noventa e cinco por cento das nossas empresas têm menos de vinte trabalhadores.
Sendo esta a estrutura do nosso tecido produtivo, o contributo das pequenas e médias empresas é decisivo para a redução do desemprego e para o desenvolvimento do País.
Às instituições financeiras, por seu lado, exige-se que apoiem de forma adequada o fortalecimento da capacidade das pequenas e médias empresas para enfrentarem a concorrência externa.
Se o Estado tem a responsabilidade de garantir a estabilidade do sistema financeiro em períodos de turbulência, os bancos têm a responsabilidade social de garantir que o crédito chega às empresas.
Nos últimos tempos, temos ouvido muitos apelos para que o Presidente da República intervenha activamente na vida política.
No entanto, na lógica do nosso sistema constitucional, não compete ao Presidente da República intervir naquilo que é o domínio exclusivo do Governo ou naquilo que é a actividade própria da oposição.
Portugal dispõe de um Governo com todas as condições de legitimidade para governar, um Governo assente numa maioria relativa conquistada em eleições ainda há pouco realizadas.
O novo quadro parlamentar, aliado à grave situação económica e social que o País vive, exige especial capacidade para promover entendimentos da parte de quem governa, a que deve corresponder, por parte da oposição, uma atitude de diálogo e uma cultura de responsabilidade.
Os Portugueses compreenderiam mal que os diversos líderes políticos não se concentrassem na resolução dos problemas das pessoas e que não empenhassem o máximo do seu esforço na realização de entendimentos interpartidários.
Neste contexto, a difícil situação das nossas contas públicas lança um desafio de regime aos partidos representados no Parlamento.
Os custos da correcção de um desequilíbrio das finanças públicas podem ser dramáticos, como o demonstram os exemplos de outros países da União Europeia.
Importa ter presente que Portugal tem já um nível de despesa pública e de impostos que é desproporcionado face ao seu nível de desenvolvimento.
Assim, seria absolutamente desejável que os partidos políticos desenvolvessem uma negociação séria e chegassem a um entendimento sobre um plano credível para o médio prazo, de modo a colocar o défice do sector público e a dívida pública numa trajectória de sustentabilidade.
O Orçamento do Estado para 2010 é o momento adequado para essa concertação política, que, com sentido de responsabilidade de todas as partes, sirva o interesse nacional.
Não devemos esperar que sejam os outros a impor a resolução dos nossos problemas.

Portugueses,
Neste ano de 2010, iremos celebrar o centenário da República.
Vamos fazê-lo numa conjuntura que é de grandes dificuldades. Mas, precisamente por isso, temos de perceber que a nossa crise não é apenas económica.
É, também, uma crise de valores.
Há que recuperar o valor da família. O esbatimento dos laços familiares tem sido um dos factores que mais contribuem para agravar as dificuldades que muitos atravessam.
Devemos também valorizar a prática do valor da ética republicana. A ética nos negócios, nos mercados e na vida empresarial, mas também na vida pública, tem de ser um princípio de conduta para todos.
Temos também de restaurar o valor da confiança nas instituições e na justiça. Os Portugueses têm de acreditar que existe justiça no seu País, que ninguém está acima da lei.
Sei que a grande maioria dos magistrados se empenha, séria e discretamente, em fazer bem o seu trabalho.
Neste primeiro dia do ano, importa reafirmar o valor da esperança. Repito aos Portugueses o que lhes disse há precisamente um ano: não tenham medo.
Possuímos uma longa História de que nos orgulhamos, porque no passado não tivemos medo.
E aqui estamos hoje, um Estado democrático que faz parte de uma Europa Unida.
Aqui estamos hoje, em 2010, porque acreditámos em nós próprios e num destino chamado futuro.
Em nome desse futuro, temos de continuar a lutar.
O combate que travamos por Portugal é feito em nosso nome e em nome dos nossos filhos.
Eu acredito em Portugal. Por isso, continuarei a lutar pelo futuro desta nossa terra.
No meio de tantas incertezas, os Portugueses podem ter uma certeza: pela minha parte, não desistirei e nunca me afastarei dos meus deveres e dos meus compromissos.
A todos, um Bom Ano de 2010. "


Parece que se conseguem observar preocupações no que concerne às contas públicas, ao défice, à crise do modelo familiar. Mas há alguém que não veja que isto foi uma forte crítica ao estado de coisas? É verdade que O Paraíso é uma questão pessoal mas este não será de certeza o meu paraíso. Mas é seguramente o Inferno de todos nós se continuar este estado de coisas.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Já chegou o 2010 com um saco de problemas vindo de 2009












Bom Ano

Haja saúde, alegria, amor e paz. Será pedir muito algum dinheiro na carteira? Parece que vai ser pedir muito. SÓ temos 2 milhões de pobres dizia-se logo pela manhã na rádio. Para um País que tem cerca de 10 milhões de habitantes, o que são uns míseros 20% da população viver em pobreza: Querem ver que o celebrado madeiro de Natal vai começar a ser um elemento necessário nas casas de quem menos tem? Pois parece que sim. E no entanto este madeiro é recordado com saudade pois representa a nossa meninice naquilo que ela deu de melhor. Esta imagem mostra o madeiro a arder em Mação, frente à igreja matriz pelas 17 horas de hoje. quase ninguém na rua, não pelo frio que ainda não se fazia sentir mas porque estamos num período em que parecemos apreciar a companhia dos nossos familiares.

Pelas 18.20 de hoje, este era o aspecto de Tomar. As ruas da cidade estavam vazias de gente. Esperemos que no próximo dia 4, todas as ruas fervilhem de pessoas para que a ideia de retoma ou de recuperação do concelho de Tomar comece a ser uma realidade. É preciso é que todos ajudem e não esteja cada um a remar para seu lado.

Às 21 horas de hoje o Sr. Presidente da República anunciou a sua mensagem de Ano Novo. Nela foi bastante incisivo para que com o rumo preocupante que a divída pública está a tomar. Cada um dos partidos políticos está a emitir a sua posição estando o Partido Socialista a assobiar para o lado. Enfim, O Paraíso é uma questão pessoal.