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de Tomar, Troyes e de Templ’Anima
Estava
eu na Net a consultar as rádios locais quando a Rádio
Hertz
mostra uma notícia dizendo que uma delegação de Tomar tinha estado
em Troyes. Sabia que iriam em finais de Outubro mas a confirmação
obtive-a na Hertz.
Li a mesma notícia na Rádio
Cidade de Tomar,
no Mirante,
Cidade
de Tomar
e n’O
Templário.
A surpresa surgiu-me quando n’O Templário de 13/11/2014 sobre o
facto de o PSD pedir explicações sobre a visita da Câmara de Tomar
a Troyes. Aliás, a mesma notícia é dada na Rádio
Hertz
de 15/11/2014. Mas nada como ir à origem. Fui ao site do PSD Tomar
(http://umpsdportomar.blogspot.pt/
em linha a 18/11/2014). Era
mesmo verdade tudo aquilo que li. Confesso que não apreciei muito do
que li. Vamos então escalpelizar o que li neste requerimento
partidário não tendo procuração de ninguém no que concerne às
palavras que se seguem.
Convém
antes de mais dizer que o site do PSD anda bastante actualizado bem
como o do PS (http://pstomar.blogspot.pt/
em linha a 18/11/2014).
Já fiquei desapontado quando consultei o blog de Hugo Cristóvão
que nada refere sobre este evento. A propósito vereador Hugo,
parabéns pelos 37 anos. Li no blogue
(http://alguresaqui.blogspot.pt/
em linha a 18/11/2014).
Se bem que seja um blogue privado, a tentação de ter ido a Troyes
poderia ter resultado em algo.
O
PSD lamenta o facto de não ter sido informado sobre esta viagem. Eu
soube, no geral, que seria em finais de Outubro. Tinha sido
contactado por alguém em edilidade em Julho no intuito de saberem o
que é que a Templ’Anima tinha feito por terras de Troyes. Nada
mais soube e não tinha que saber. No que toca aos vereadores, será
obviamente diferente. Se não souberam, eu não consigo nem sei
responder a tal situação. Em abono da verdade, eu soube pelo jornal
O
Templário
de 13/11/2014, que a Sra. Presidente da CMTomar convidava para a
apresentação do projecto da Sinagoga de Tomar, a acontecer no dia
17 deste mês, seguida de visita ao local e ao novo espólio da
Biblioteca Judaica
(http://www.redejudiariasportugal.com/index.php/pt/eventos1/item/426-apresentacao-do-projecto-da-sinagoga-de-tomar
em linha a 17/11/2014).
Esta notícia veio no site
acima mencionado, mas no site da edilidade nem uma linha. Não será
obviamente segredo, mas tão-só uma distracção que não se deve
ter. Mas isto serão, talvez, aspectos da política a que sou alheio.
Agora
o corpo do requerimento que menciona que entre as cinco pessoas que
foram a Troyes ia um elemento da Templ’Anima. E é aqui que começa
provavelmente um desconhecimento do que uma associação sediada em
Tomar tem feito.
Diz
o requerimento que não sabe se existe algum protocolo entre a
edilidade e a Templ’Anima. Na realidade não existe qualquer
protocolo. Eu, Ernesto Jana, também não tenho nenhum protocolo com
a edilidade e ao longo de anos tenho colaborado no que posso, sendo
convidado para dar a minha modesta ajuda ou oferecendo-me eu para
tal. Nunca me pagaram nada, conhecido como despesas de representação
ou coisas desse género. Esperem, minto. Pagaram-me um almoço,
talvez dois ou três cafés, ofereceram-me alguns Boletins Culturais
que tinha em falta, bem como o livro Na
Terra dos Templários…
(cujos exemplares da câmara eram diferentes dos que estavam à
venda). Se entenderem como tal como pagamento eu fui pago. Mas como
arquivo tudo o que se relaciona com Tomar senti-me amplamente
recompensado. O meu protocolo é com Tomar bem como certamente o
protocolo dos tomarenses.
Mas
neste requerimento não mencionam se a outra associação que esteve
presente através do Sr. João Fiandeiro, tem algum protocolo. Não
sei se tem mas sei que essa associação tem realizado um trabalho em
prol de Tomar e esse cartão-de-visita chega-me. E, a propósito,
senhores vereadores do PSD, a associação designada de Grande
Priorado de Portugal (http://gpp-osmth.pt/
em linha a 17/11/2014)
tem algum protocolo com a Câmara de Tomar? Os senhores vereadores
dizem que esta associação tem uma tradição templária, que é
igualmente o que se lê na entrada do site. No seu historial os
membros do Priorado dizem-se seguidores da fé, servem a paz, ajudam
os oprimidos, etc., que são princípios orientadores de qualquer
homem de boa vontade. Surgiram em 1804 e fizeram o seu percurso até
aos nossos dias. Anunciaram em 2013 que queriam instalar em Tomar a
sua sede mundial, pois o Estado ia ceder-lhes parte do Convento para
nele instalarem uma biblioteca, um museu de artefactos e um centro
para investigadores. Em Outubro de 2012, já tinham estado em Tomar
durante o Congresso sobre Turismo Cultural e Religioso, mas mais à
frente falaremos disso.
Agora
interessa esclarecer o caminho que a Templ’Anima tem percorrido. É
certo que é uma pequena associação mas que tem sede em…Tomar
(Associação
Cultural, homologada pelo DR nº 167, de 30/8/2006, pág. 17054
segundo escritura
que consta a fl. 107 do livro de notas para escrituras diversas n.º
61-L do Cartório Notarial de Tomar).
Conheço
o Dr. Joaquim Nunes há mais de 20 anos e somos amigos desde então.
Conhecimentos ainda de Lisboa. Mal imaginava que nos iríamos cruzar
muitas vezes no futuro. Na altura, já ele (e eu) nos interessávamos
pela temática dos Templários. Na parte que me toca, devido às
ligações familiares, comecei a estudar a Ordem de Cristo e a Ordem
do Templo por volta de 1984. Em 2005, Joaquim Nunes começou a falar
na criação de uma associação que procurasse estudar a Ordem do
Templo, que a divulgasse, tendo em perspectiva a criação de uma
rota cultural europeia. A associação “tem por objecto a evocação
histórica e a valorização local, promovendo eventos
histórico-culturais com regularidade (…), conforme ao espírito do
programa cultural europeu, contribuir para melhorar a imagem da marca
templária regional ao nível europeu, contribuir para melhorar a
imagem da marca templária regional ao nível europeu, apostando na
sua singularidade diferenciadora, acrescentando valor e visibilidade
à cidade e ao seu castelo templário (…) [os cortes são do
signatário]”. O texto da escritura de constituição fala ainda da
preocupação do desemprego para se criarem actividades de animação
cultural alternativas continuadas, fala na coesão da comunidade
local, na inserção social, na criação de merchandising
com recurso ao artesanato, etc. Foi com este espírito que criou esta
associação
(http://www.legislacao.org/segunda-serie/de-diario-da-republica-167-serie-ii-de-quarta-feira-30-de-agosto-de-2006-cultural-cidade-promovendo-europeu-632201
em linha a 18/11/2014).
No mesmo ano, João Fiandeiro fez parte da fundação da Associação
Portuguesa de Turismo Cultural. Duas entidades nascidas no mesmo ano.
Louvável mas parece que são factos desconhecidos para algumas
forças políticas do concelho. No que concerne à Templ’Anima,
desde logo o Dr. Joaquim Nunes quis mostrar como era o processo de
investidura de um cavaleiro templário. Para isso recorreu ao teatro.
Houve possibilidades de assistir à representação inúmeras vezes.
Não satisfeito, procurou trazer a Tomar a mão de S. Gregório
Nazianzeno, o que aconteceu a 13/10/2007, depois de enormes
dificuldades, dadas as características da peça e o local onde está
exposta. Dezenas de tomarenses podem comprovar o facto, eu inclusive.
Mas não vos vi por lá, senhores políticos que requerem
esclarecimentos. Mas se desejarem fotos deste evento eu tenho prazer
em fornecer as imagens. Conseguiu ainda Joaquim Nunes realizar um
almoço na galeria superior da Igreja de Santa Maria dos Olivais, a
propósito da morte de Gualdim Pais. Um dos actuais vereadores esteve
presente. Conseguiu ainda que fosse colocada nesta igreja uma lápide
com o elenco de todos os mestres templários portugueses, sempre na
perspectiva do divulgar o conhecimento. Pelo caminho, interessou-se
pela gastronomia da época templária que foi divulgando no blogue
(http://templanima.blogspot.pt/
em linha a 18/11/2014). E
Joaquim Nunes partiu para a etapa seguinte, que foi o inventário dos
lugares templários na Europa, através de seis países, pesquisa que
depois o levou a seleccionar 10 a 12 locais de maior potencial para
criar uma rota cultural templária. Tal projecto foi entregue à
edilidade anterior, bem como à extinta Região de Turismo sita na
Corredoura. Desenhou de forma preliminar cinco circuitos comentados
de norte a sul de Portugal e colocou-os no blogue para livre crítica
e usufruto. Em finais de Outubro de 2012, a cidade de Troyes realizou
uma exposição e um congresso subordinado ao tema L’Économie
templière en Occident – Patrimoines, commerce, finances
(que resultou num livro de actas editado em Maio de 2013 pelo Conseil
Général de l’Aube e Editions Dominique Guéniot (ISBN
978-2-87825-520-1).
O catálogo da exposição é belíssimo e representa bem o interesse
de Troyes nesta temática (catálogo
com o ISBN 978-2-7572-0529-7), tendo
ido buscar textos dos maiores especialistas mundiais da temática. O
signatário e o Dr. Joaquim Nunes fomos a este congresso e vimos a
exposição. Só houve uma diferença. Eu fui com a viagem e dormida
paga e o Dr. Joaquim Nunes pagou tudo do seu bolso. Eu fiquei alojado
no Hotel
de La Poste
(onde estavam todos os congressistas). O Dr. Joaquim optou por ficar
no Hotel Les
Contes de Champagne.
Mais uma despesa a juntar aos 20.000 euros, sim, 20.000 euros, que já
gastou do seu bolso e que nunca o disse publicamente. Nunca pediu
ajudas a ninguém.
Foram
magníficos estes três dias. O que eu aprendi. O que ambos
aprendemos. Por exemplo, em Outubro de 2012 já estavam a apresentar
as grandes exposições programadas para Troyes e que seriam sobre o
vidro (2013), sobre Napoleão (2014) e sobre os 900 anos de Claraval
(2015). Isto é trabalhar. Estivemos em Troyes entre 24 e 27 de
Outubro. Sobre esta exposição saiu o catálogo acima mencionado
(para
mais elementos consulte-se www.aube-templier-2012.fr
em linha a 18/11/2014).
Durante esse tempo promovemos Tomar e o seu património templário.
Mas Joaquim Nunes não parava de falar ou tentar chegar à fala com
as pessoas certas. E conseguiu a atenção de Philippe Adnot, senador
e presidente do Conselho Geral de Aube, dos responsáveis locais de
Troyes, do Museu Templário de Payns entre outros. Foi por
insistência dele que visitámos a comenda templária de Avalleur no
meio de um frio terrível. Saímos de Troyes ao início da tarde de
27, corremos para Orly e ala até Lisboa. Aí tínhamos o nosso carro
(particular) à espera e foi uma correria até Tomar para assistir à
primeira
descida dos Cavaleiros Templários.
O dia seguinte 28/10/2012 serviu ainda para estarmos presentes no
último dia do Congresso do Turismo Cultural e Religioso demos a
conhecer tudo quanto se passou em Troyes. Senhores vereadores
requerentes, não estiveram presentes? É pena, pois foi útil. E foi
aqui que eu tive contacto com o Grão Priorado de Portugal
(www.grp-osmth.org
em linha a 18/11/2014).
Ouço pela primeira vez a vontade de estabelecerem a sede, um centro
de estudos e a biblioteca no convento. Perguntei directamente ao Dr.
António Andrade com que direito é que estabelecia aqui uma
biblioteca e um centro de estudos, se seria essa a vontade da
população. Foi-me amavelmente respondido que tinha tido contactos
com a edilidade tomarense bem como com o então IGESPAR que ficaram
receptivos à ideia. Como é que o IGESPAR fica receptivo a uma ideia
quando na sua mão estão largas dezenas de peças oriundas da União
dos Amigos dos Monumentos das Orden de Cristo (UAMOC) pelo menos
desde 1968 (ano em que a revista da UAMOC se extinguiu) e nunca
fizeram nada? Além do mais este o Grão Priorado de Portugal tem no
seu normativo que é uma organização “(…)com
mais de 5000 membros no seu activo, cristã ecuménica no sentido
mais lato do termo, dado que acolhe membros de todas as religiões
cristãs e, concentra a sua actividade em questões relacionadas com
o direito humano, liberdade política e religiosa e ajuda humanitária
aos menos favorecidos em todo o Mundo (…)
(http://www.gpp-osmth.org/sub_menu_quem_somos.htm
em linha a 18/11/2014).
Logo são uma organização ecuménica e humanitária que não está
vocacionada para esta actividade a que a Templ’Anima se dedica.
O
ano de 2013 trouxe-nos até Tomar quatro elementos de Troyes, entre
responsáveis e funcionários do turismo desta cidade e da comenda de
Avalleur. Joaquim Nunes e eu estivemos a recebê-los em Tomar onde
visitaram o castelo templário, o convento de Cristo, indo depois de
almoço ao interior do castelo de Almourol e à Torre de Dornes.
Espanto é a palavra que consegue descrever as expressões destes
quatro elementos perante a qualidade e beleza destes patrimónios.
Foram ainda recebidos pelo senhor presidente Carlos Carrão. A
maravilha destes lugares levou os responsáveis de Avalleur a
voltarem a Portugal menos de 30 dias volvidos. E de novo contaram com
a colaboração da Templ’Anima nas pessoas de Joaquim Nunes e do
signatário.
Foi
a meu ver, natural que a Templ’Anima, na pessoa do Dr. Joaquim
Nunes fosse na visita que a edilidade tomarense realizou até Troyes
dados os contactos que Joaquim Nunes já tinha e que, naturalmente
disponibilizou conforme exigem os estatutos da Associação
Templ’Anima. Não existe protocolo com esta associação?
Certamente que não. Foi uma colaboração pontual? Certamente que
sim. Mas imaginem o que será estar na criação de um novo
itinerário cultural europeu. Não é integrar, é criar de raiz,
sendo que o castelo de Tomar é o exemplar que está mais próximo do
original dado que Paris (Bastilha) já não existe e Londres não tem
o recinto muralhado. Os franceses estão mais do que motivados. Os
italianos querem muito, os espanhóis já estão a pensar nisso. E
nós? Nós temos uma associação, a Templ’Anima, sem protocolo com
a edilidade mas que actua discretamente tendo no seu estatuto desde
há oito anos o objectivo da criação de um itinerário cultural
europeu. E tudo isto a bem do Concelho de Tomar.
P.S
– O autor não cumpre o acordo ortográfico.
Este género de requerimentos causam-me impressão pois, apesar do conteúdo político, parecem dar a impressão de que os partidos políticos não sabem o que se passa no concelho. E esta associação já existe oficialmente há pelo menos nove anos. Pois..., o Paraíso é uma questão pessoal mas este assim não é o meu paraíso.