domingo, 11 de abril de 2010

O PEC do PSD segundo Miguel Frasquilho

Esta é de ontem e representa o subir (ou será descer???) de mais um degrau na chamada estabilidade e resolução da crise. Para ajudar a resolver a crise, o deputado Miguel Frasquilho não tem dúvidas que se terá que cortar uma percentagem dos ordenados dos funcionários públicos. Bom, parece que já sabemos o que vai ser parte do programa económico do PSD de Pedro Passos Coelho. É realmente deslumbrante a ligeireza com que se diz isto. Imaginemos os ordenados de cerca de 500 euros a serem cortados em 10%. Resta a soma fabulosa de 450 euros. Realmente são euros a mais para quem só trabalha 22 dias por mês, a 8 horas por dia. Grande medida sim senhor. Quando temos os ordenados mais baixos da Europa e a 5 gasolina mais cara, a luz 20% mais cara em relação ao resto da Europa, etc, etc, vemos alguém com este género de ideias. Para os custos e despesas estão sempre a par da Europa. Quando se fala nos benefícios e ordenados, bem, bem......... que tal as calendas gregas???
Lembro-me dos tempos pós-25 de Abril em que se dizia - aos nossos pais - que deviam apertar o cinto, para os filhos, terem uma vida melhor. Já repararam os senhores políticos que estão a dizer a mesma coisa ou seja, para os netos dos primeiros. Que valeram os 35 anos de intervalo entre estes dois discursos. E depois dizem que estamos cansados da política e dos políticos. Por que será????
Em outros países opta-se pela verdade dizendo a tempo e horas como está o país. Cá, em Outubro o défice era de 8% e num repente passa para os 9,3%. Mente-se tá rápido, tão bem.
Mente-se não, que em Inglaterra não há mentira, há a economia da verdade. Esta é uma expressão deliciosa.
Mas a verdade é só uma, entre a frigideira e o lume ou entre o PS e o PSD, o que escolher???
Definitivamente O Paraíso é uma questão pessoal e este não é o meu paraíso mesmo com desconto de 10%.

Desaparecimento de Jacques Martin



























Jacques Martin (25/9/1921 - 21/1/2010)
O mês de Janeiro foi terrível. Depois de Tibet, eis que desaparece Jacques Martins, o último gigante da banda desenhada mundial. Começa a trabalhar na BD em 1946, entrando em 1948 na revista Tintin onde desenha a partir desse ano a série Alix que já conta com 41 álbuns.
Em 1952, surge um outro herói, o jornalista Lefranc, um jornalista que defronta várias vezes o vilão Axel Borg num meio por vezes de ficção cientifica. Já sairam 24 álbuns deste herói com cerca de 20 milhões de ábuns vendidos.
Jacques Martins desenhou ainda, sozinho ou em parceria, a série O Mundo de Alix, desta feita, preocupado com a relação entre a Banda Desenhada e a educação dos jovens. Está a ser ultimado um álbum no tempo do Rei-Sol. Este álbum contará o trabalho profíquo do desenhador português Diferr e que mostrará Alcobaça, Batalha, Lisboa e Tomar. Tivemos o prazer de ver o trabalho relativo a Lisboa e que contém pormenores deslumbrantes de uma Lisboa anterior ao Terramoto. Para ver esta imagem que ainda está exposta é uma questão de nos dirigirmos ao Gabinete de Estudos Olisiponenses (GEO), na Estrada de Benfica, 368.
Mais um gigante da Banda Desenhada que desaparece do nosso convívio.
OBRIGADO JACQUES MARTIN. Fazes parte do meu paraíso e O Paraíso é uma questão pessoal. Vou para o meu paraíso ao reler Lefranc e Alix.





Desaparecimento de Tibet
















TIBET
(29/10/1931 - 3/1/2010)

Gilbert Gascard, cujo pseudónimo artístico é Tibet, nasceu em Marselha (França), mas emigrou cedo para a Bélgica, com apenas 4 anos de idade. A escola e os estudos aborreciam Tibet, e este passava, a maior parte do tempo, a desenhar tudo o que via à sua volta. Quando Tibet fez 13 anos, a sua mãe, grande admiradora e incentivadora do gosto e talento do seu filho para o desenho, enviou-o, acompanhado do seu caderno de banda desenhada, até junto de Hergé, a fim deste lhe dar algumas lições desta difícil, mas atraente arte.
Aos 16 anos, Tibet enriquece a aprendizagem e experiência desta exigente profissão, junto dos artistas Tenas e Rali, os quais juntos vão criar os estúdios Disney de Bruxelas, mantendo-se Tibet a trabalhar com eles. É junto dos escuteiros, ilustrando a vida nos acampamentos e, depois, nos estúdios Disney de Bruxelas, desenhando e reproduzindo as figuras de Mickey e de outras personagens, que Tibet desenvolve progressivamente os seus dotes artísticos.
Como todos os jovens desenhadores de banda desenhada, o sonho de Tibet é colaborar para a revista "Tintin" e, também, fazer parte da equipa que trabalha nas edições du Lombard. É assim que, após algum tempo a trabalhar nos estúdios Hergé, como assistente deste, Tibet dá por terminada a sua colaboração com o criador de Tintin, entrando, em seguida, para as edições du Lombard, através de um convite feito pelo editor Raymond Leblanc, iniciando aí uma longa e profícua carreira de desenhador, a qual continua, ainda, hoje em dia.
Em 1951, na redacção da edição belga do "Jornal do Mickey", Tibet conhece e trava amizade com um jovem autor de banda desenhada, o argumentista André-Paul Duchâteau, com quem inicia, desde logo, uma colaboração duradoura e uma carreira conjunta, vindo, ambos, a criar os dois famosos heróis "Ric Hochet" e "Chick Bill", embora Tibet, venha a trabalhar, também, com outros argumentistas, tais como Goscinny, Bob de Groot e Greg.
Ainda em 1951, Tibet trabalha, também, como ilustrador, na revista "Tintin" e no magazine flamengo "Ons Volske". Dois anos depois, em 1953, cria então, juntamente com Duchâteau, o primeiro daqueles dois famosos heróis: o cow-boy "Chick Bill", desenhado no estilo das personagens da Disney, cujas histórias são publicadas na revista "Tintin"; e o jornalista-detective "Ric Hochet", cujo primeiro álbum da série é, também, publicado na revista "Tintin", em 1955.
No entanto, Tibet tem também uma grande paixão pelas caricaturas, sendo estas uma das suas principais distracções e um dos seus passatempos preferidos. Assim, na década de 70, e durante, aproximadamente, 2 anos, Tibet desenha, para a revista "Tintin", várias caricaturas de personalidades célebres do mundo do espectáculo e não só (artistas de música e cinema, desportistas, políticos, cientistas, escritores, etc.).
Uma das imagens de marca de Tibet é a qualidade do seu traço fino e claro, caracterizado por um estilo leve, suave e alegre, ainda marcado pelas influências da Disney, assim como das linhas claras de Hergé, gostando, no entanto, de fazer também desenhos mais realistas. Hoje em dia, Tibet é uma referência e um modelo para muitos dos jovens artistas, os quais procuram imitar e seguir os exemplos e as experiências transmitidas pelos desenhos de Tibet.
Actualmente, Tibet ainda continua a assinar a ilustração das histórias dos heróis Chick Bill e Ric Hochet, séries que atingiram um sucesso tal, que já vão, cada uma delas, em 64 álbuns publicados!
(Contribuição de Alexandre Ribeiro )




Que dizer de um autor que nos habituámos a ter ao nosso lado, na nossa mesa, ao lado dos livros de estudo e que nos entusiasmou semanalmente quando saia a revista semanal Tintin. Tibet, como E.P. Jacobs, Hergé, Peyo, Morris, Goscinny, Uderzo, Franquin, Macherot, Jacques Martin e tantos outros são autores que trabalharam nas revistas Pilote e Tintin, adeptos e grandes representantes da escola franco-belga de banda desenhada (quase todos). Quando temos a desagradável surpresa de nos confrontarmos com uma notícia deste género é um pouco de nós que morre. Estar triste é dizer nada quando soube da morte de Tibet. Habituei-me a ler Ric Hochet e ser surpreendido pela morte dele é..... nem sei bem o que é, mas foi terrível para mim. Comecei há uns tempos a comprar as edições francesa de Ric Hochet na sua versão integral. Vou honrá-lo lendo de novo as suas aventuras. Aproveito para lembrar o desenho fecundo de Tibet que tem publicados, na série de aventuras Ric Hochet, 88 álbums enquanto que a mesma série nos seus integrais já tem 19 tomos. Este herói apareceu em 1955, já vão uns anitos. Já ChicK Bill, uma BD de western que teve um pouco menos aceitação entre nós surgiu em 1953 e actualmente tem 70 álbuns publicados.


OBRIGADO TIBET. O Paraíso é uma questão pessoal. Ao ler-te, estou no meu paraíso.


Veja este link: http://www.bedetheque.com/auteur-1791-BD-Tibet.html








Enorme aumento dos funcionários públicos

Mais antigo que as declarações do Sr. Ministro das Finanças temos, entre algumas ameaças de fim do mundo se o Orçamento de Estado 2010 e depois o PEC não fosse aprovado (género ou nós ou o caos) o Sr. Ministro Jorge Lacão, Ministro dos Assuntos Parlamentares disse que os funcionários públicos tinham tido em 2009 um enorme aumento de 3,7%, se somarmos o aumento real e a inflação negativa. Logo era um aumento enorme. Mas não se lembro de dizer que nos anos anteriores, o Primeiro Ministro José Sócrates tinha congelado os ordenados dos funcionários públicos. Se fossemos somar as perdas então o Estado ainda nos está a dever cerca de 9%, contas feitas por baixo. Mas a classe dita política não se lembra, acha-se esperta ou julga que somos parvos ou desmemoriados? A vergonha devia ser dada numa qualquer cadeira de qualquer curso. Enfim, assim sabiam o que era. Esta não é a minha visão de mundo sendo certo que O Paraíso é uma questão pessoal.

Quem é que paga a factura?



Já se passou algum tempo. Tive que fazer e também uma crise de preguiça mas prometi a mim mesmo protestar desta forma no que concerne a uma frase que foi dita pelo Sr. Ministro Teixeira dos Santos na rádio no passado dia 10 de Março. Massou exactamente um mês mas quando foi questionado sobre se seria de novo a classe média a pagar a crise, o Sr. Ministro disse "Então quem é que há-de pagar a crise?"
Certamente não serão os mais desfavorecidos a pagar a crise e a classe média até já está habituada a dar um passo em frente (sempre coagida é certo) e paga alegremente a crise. Mas o problema é que já estamos a ficar aborrecidos de sermos sempre chamados nestas alturas.
Pela parte que me toca não fui chamado para andar de Mercedes ou de BMW, nunca me chamaram para me dar ajudas de custo por trabalhar fora do distrito nem para almoçar por conta, nem para ir em representação da Nação a algum País. Tão pouco estive numa inauguração que custou 50.000 euros. Enfim, aquelas coisas que alegram todos. Agora para pagar somos todos nós. O Sr. Ministro não acha que já é demais e que já começa a aborrecer ser sempre o mesmo. O Raul Solnado dizia que a festa foi bonita mas agora vem aí a conta. Pague a conta quem foi à festa pois eu não me está a apetecer. Sei que O Paraíso é uma questão pessoal mas esta não é a minha visão ideal de paraíso.